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Planejamento Urbano: a cidade ideal.


Planejar uma cidade não é uma tarefa fácil, ela abrange temas culturais, históricos, políticos e envolve a vida cotidiana da população. Cada pessoa tem sua visão do que seria a cidade ideal, se ela deveria ser planejada por um profissional de arquitetura e urbanismo ou se desenvolvendo de acordo com as mudanças naturais. Pensando desta forma, será que existe uma cidade ideal?


Atualmente diversas discuções têm sido abordadas sobre esse tema no Brasil, porém, sem um conceito final. O estudo sobre cidade ideal é antigo, que vem desde estudos de Vitruvius sobre as proporções ideais até a nossa atualidade e as novas ideologias de Cidades Sustentáveis.


Quando falamos de cidade ideal logo pensamos em qualidade de vida. Para isso, precisamos de pelo menos 7 componentes básicos, que são eles: educação, saúde, emprego, moradia, infraestrutura básica, segurança, mobilidade urbana e sustentabilidade.


Uma importante visão sobre cidades ideais é descrita por João Sette Whitaker Ferreira em seu livro: Produzindo casas ou Construindo cidades? Desafios para um novo Brasil Urbano, que diz o seguinte:

“Por isso, a primeira constatação que se pode fazer é a de que, face à trágica desigualdade que marca as cidades brasileiras, o principal objetivo do urbanismo deve ser, antes de tudo, o de garantir cidades mais justas. Em outras palavras, cidades que ofereçam, sem diferenciação, qualidade de vida para todos os habitantes, nos dias de hoje e para as gerações futuras. O equilíbrio urbano, entretanto, só será possível quando se conseguir erradicar a miséria, que se expressa nos assentamentos informais desprovidos do atendimento às necessidades mínimas para se viver com dignidade. ”


Existem alguns aspectos que geram discussões quando se trata de cidade ideal, sendo os mais discutidos na atualidade:





Favelas x Condomínios – O contraste entre as favelas e os condomínios é algo que se destaca nas paisagens das grandes metrópoles brasileiras. A diferença entre classes marca a desigualdade de moradia somada a condições de saneamento básico e segurança existente. Os condomínios fechados são interpretados como ambientes seguros e confortáveis. Porém, suas muralhas voltadas para as vias tornam seu entorno mais insegura com pouco movimento de pedestres. Em uma realidade oposta, em favelas as casas são amontoadas, sem pátio, muro ou qualquer divisão de lotes, sendo eles aglomerados, em uma “terra de ninguém”.







Parques Lineares e Tratamento de Arroios x Autoestradas – “Vivemos em um mundo para o automóvel e não para as pessoas”; esta ideologia existe há muitos anos. A construção de autoestradas é frequente nas cidades, contudo, será que não devíamos investir mais em transporte público e parques lineares do que em espaços para mais automóveis? A cidade ideal não é aquela com congestionamentos infinitos e alta poluição sonora e do ar. A criação de um transporte público de qualidade, limpeza de arroios e o desenvolvimento de parques lineares trazem para as cidades o melhor conforto e permeabilidade, além de melhor qualidade de vida. Mas porque será que pensamos só na nossa comodidade como indivíduo e não como comunidade em geral?


“Apesar da complexidade dos problemas enfrentados, não é de todo impossível definir regras urbanísticas e arquitetônicas que remetam a modelos urbanos mais agradáveis, harmoniosos e sustentáveis. Muitos estão em exemplos do passado, e outros são apenas intuições naturais: que a rua era melhor quando podia ser espaço de lazer e interação social, que os bairros são mais agradáveis quando fartos em espaços públicos, abertos e acessíveis a todos, que o uso misto pode ser garantia de qualidade de vida e segurança.”


Será que algum dia conseguiremos traçar um perfil de cidade ideal? Será que conseguiremos juntar os 7 componentes básicos para uma cidade e torna-la mais agradável de se viver? Será?



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